ENDOMETRIOSE E DEPRESSAO

Com base em estimativas de prevalência atuais, a Endometriose é uma patologia que afeta 10 a 15% das mulheres em idade fértil e de 30% a 50% das mulheres na pré-menopausa sintomática, o que representa em torno de 176 milhões de mulheres no mundo todo. ⁣⁣Apesar de seus sintomas comuns serem a dor pélvica crônica, cólicas que pioram durante o ciclo, dor durante a relação sexual, infertilidade feminina e sangramento intenso durante o período menstrual, em muitos casos a doença cursa de forma silenciosa, o que colabora para um diagnóstico tardio.

Frente a esses dois cenários da doença, não é incomum que muitas pacientes apresentem junto com a endometriose um quadro de depressão. A Endometriose diminui os escores de qualidade de vida. Entende-se hoje, que qualidade de vida é a somatória entre os níveis de saúde profissional, física, social, emocional, mental e espiritual que qualquer indivíduo se encontra. Com todo esse quadro apresentado, associado a recorrência da doença é muito comum o desenvolvimento da depressão, caracterizada por uma tristeza profunda e forte sentimento de desesperança.⁣ Um levantamento feito com 3.000 mulheres diagnosticadas com Endometriose, mostrou que 34% delas eram depressivas. Além disso, metade das pacientes apresentavam algum transtorno de ansiedade, o que confirma o efeito da doença na saúde mental das pacientes.

Ainda nesse levantamento, 24% das pacientes disseram ter recebido a recomendação para procurar ajuda psicológica após o impacto inicial do diagnóstico, sendo que apenas 13% seguiram o conselho. ⁣⁣Chamo a atenção portanto, da necessidade de um maior zelo por parte da equipe médica para com as pacientes diagnosticadas com endometriose. Um tratamento integrado e humanizado tem feito falta para grande parte das mulheres que compõem o cenário da endometriose no mundo, a qual não é apenas uma doença mas sim uma condição que afeta o organismo como um todo.⁣